
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."
Fernando Pessoa
A tolerância diante de tantas possibilidades e nenhuma realização;
a intenção momentânea que se fragmenta recoberta de princípios;
o conflito mente-coração que não se finda nem se arrebata de vez;
questões mal resolvidas sobre amor e sonhos, sem resposta sua
nem de ninguém; a dúvida da existência das mesmas questões;
Fernando Pessoa latejando dentro de mim, aonde "tudo vale a pena
se a alma não é pequena"; e por vezes uma neutralidade que toma
conta de tudo em mim, onde o egoísmo supera qualquer outro tópico;
e a certeza a cada texto escrito, que não era mais isso que eu tinha a dizer.
[pode ter um ar pessimista, mas não levem a sério o que digo, são momentos que passam mais rápido que espirros.]
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