17.8.08

Em Cartaz: * Alheios *



Há um tempo em que de tanto caminharmos
Acabamos nos perdendo do que um dia fomos
Do que um dia acreditamos
Nos perderemos até daquilo que queríamos ser...
E o que fica é a gélida rotina e outras 'minimalidades'...
Chegará um tempo em que conheceremos muita gente
E não conheceremos ninguém verdadeiramente
Haverá também o tempo da desilusão
Onde nós olharemos para trás e nos daremos conta
"Éramos felizes e não sabíamos".
Mas depois disso nos encantaremos novamente
Depois disso haverá um apego necessário a coisas simples
Como um abraço, um sorriso, pés gelados e cílios longos
Porque as grandes coisas já não serão tão importantes como antes
E aí, estaremos alheios a nós mesmos.

~ Clarissa Medeiros Borges.


"(...)e numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e minha voz à doce voz do vento.

Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi
cantos de espera pelo que há de vir."

~ Caio Fernando Abreu


1 comentários:

Gabriel Aires Guedes disse...

Gostei do poema.

Engraçado... eu não consigo escrever assim... À primeira vista parece que é só sair dizendo coisas livremente, sem qualquer regra específica, como num diálogo.

Eu gosto disso, acaba dando um ar mais natural aos teus poemas... Nem tão complexo a ponto de não ser alcançado, nem tão didático e objetivo como uma receita de bolo.

Interessante. Bom, sobre a previsão que fez no poema, talvez eu já esteja na última fase... só não sei se passei por todas as outras.

PS: Tô com saudades. Aparece de vez em quando... Um beijo.