30.4.08

Chapéu




















Sob o torpe olhar de quem tudo vê e nada expressa.

Acima de nós um límpido céu, que nada diz.
Abaixo uma infinidade de coisas das quais ninguém faz a menor idéia do que seja.
A nossa volta pessoas que pensam e que, de tanto pensar esquecem de dizer. Esquecem de ser.



"A personalidade é coisa muito misteriosa. Não se pode medir um homem pelo que ele faz. Um homem pode seguir a lei, e no entanto ser despresível. Pode violar a lei, e no entanto ser justo. Pode ser mau, sem nunca ter feito nada de mau. Pode cometer um pecado contra a sociedade, e no entanto alcançar por meio deste pecado a verdadeira perfeição."

Oscar Wilde

e porque um chapéu como foto?

Com roupas camuflamos o corpo, somos diferentes a todo momento.
Com um chapéu tornamo-nos qualquer um ou ninguém.
omitimos opiniões e verdades, omitimos a nós mesmos.
ou reitirando o chapéu assumimo originalmente quem somos.
deixamos de nos esconder atrás de opiniões ou mesmo da simples sombra de suas abas.
abrimos alas a nós.
somos.
sou.
no presente.. porque ser não é lá de grande valia no infinitivo ou em qualquer outra conjugação.


[em itálico, assim como um quadro torto na parede]

1 comentários:

Gabriel Aires Guedes disse...

Gostei do texto. Gosto do modo como apresenta suas reflexões...